segunda-feira, novembro 22, 2010

A Vidraça


A fina chuva que cai

Faz caminhos na vidraça

Para que então se contemple

O fim da época que passa


Percebe-se estar sozinho

Num chato mundo que esmaga

Como cinzas de uma chama

Que pouco a pouco se apaga


Ao lado a vitrola velha

E as lembranças distorcidas

As velhas paredes mortas

Guardam histórias esquecidas


A luz do luar que corta

Pouco a pouco a escuridão

Forma desenhos nas sombras

Em forma de um coração


E para sentir-se em casa

Canta uma velha canção

Enquanto em meio aos pingos

Vai-se indo a escuridão



2 comentários:

TARCIO OLIVEIRA disse...

Chuva, contemplação solitária, imagens do passado... adoro esse clima que a bela poesia consegue passar pra gente.
-
Bjos

Antônio Xavier disse...

-Brigadão Tarcin!