segunda-feira, agosto 23, 2010

As Horas

As horas são traiçoeiras

Eu tenho medo das horas

Tenho medo dos ponteiros

Eles são muito matreiros


As horas passam por mim

O caminho vai estreitando

Muda-se a perspectiva

Uma mudança de plano


Antes minhas aliadas

Davam-me o mundo nas mãos

Porém cansadas de mim

Agora pouco me dão


Mas não devo protestar

Dar espaço ao desespero

É fato que as horas passam

E eu continuo inteiro


O fim incerto está vindo

Muito já não volta mais

As horas vão caminhando

E agente querendo mais

domingo, agosto 15, 2010

Nuas, ruas, luas, tuas, só tuas!

De quantas luas preciso para te conquistar?
Quantas ruas caminharei para chegar a ti?
Minha lua está cheia, de tua minguante preciso!
Mostra-me, imaginário amor!
O real e o imoral já não mais existem...
O que nos resta é o nada, a ilusão.
Dá-me tua mão, tenho sede, dá-me teu licor,
Dá-me teu corpo, a ilusão de que estás aqui
Que posso ver-te e sentir.
Dá-me tua alma, tua inspiração
Permita-me que eu seja tua
E em troca te darei o necessário para que fiques,
Nuas, ruas, luas, tuas, só tuas!
Sangue, fogo e calmaria... Prazer, viver.
Pois que meu corpo, já o tens!

Diana Athenas

sexta-feira, agosto 13, 2010

Para Tárcio

Contigo eu aprendi

A ser mais eu sem pecado

Em cada exemplo que davas

Quando eu estava ao teu lado


O tempo foi caminhando

E hoje pensando bem

Te devo muito de mim

Pois só me fizeste o bem


O olhar sempre sincero

Com um enorme coração

Amá-lo é inevitável

Em qualquer situação


Quem conhece bem o sabe

Ele é pra todas as horas

Tem sido pra nós artistas

Nosso pilar e escoras


Meu grande e querido Tárcio

Não posso lhe definir

Então só digo “Te amo”

E graças por existir



P.S.: Para o meu grande e querido amigo Tárcio que é e sempre será um exemplo para mim e para muitos.

terça-feira, agosto 10, 2010

A GENTE RECOMENDA: Menotti Del Picchia

Eu adoro Menotti, então resolvi recomendar para vocês esse autor que tanto admiro!!
Aqui trago um trecho da minha poesia favorita, é um texto/peça/poesia, intitulado "Máscaras"
                                                                  [...]

COLOMBINA: 
Onde estavas, Pierrot? Entre as balsas amigas, tendo no peito um sonho e no lábio cantigas, dizia a cada flor:  “Mimosa flor, não viste um Pierrot muito branco...”  
PIERROT: 
Um Pierrot muito triste... 
COLOMBINA:
E respondia  a flor: “Sei lá... Nestas campinas passam tantos Pierrots atrás de Colombinas...” E eu seguia e indagava: “Ó regato risonho: não viste, por acaso, o Pierrot do meu sonho? “ E o regato correndo e cantando, dizia: “Coro e canto e não vejo” -  e cantava e corria...  Nos céus, ergendo o olhar, eu via, esguio e doente, o pálido Pierrot recurvo do crescente...  
Assim te procurei, entre as balsas amigas, tendo no peito um sonho e  no lábio cantigas, só porque, meu amor, uma noite, num banco, eu encontrara olhar de um triste Pierrot branco.  
PIERROT: 
Não! Não era um olhar! Ardia nessa chama  
toda a angústia interior do meu peito que te ama  
Nosso corpo é tal qual uma torre fechada  
onde sonha , em seu bojo, uma alma encarcerada.  
Mas se o corpo é essa torre em carne e sangue erguida,  
O olhar é uma janela aberta para a vida,  
e, na noite de cisma, enevoada e calma,  
na janela do olhar se debruça nossa alma  
COLOMBINA, languidamente abraçada a Pierrot: 
Olha-me assim, Pierrot... Nada mais belo existe  
que um Pierrot muito branco e um olhar muito triste...  
Os teus olhos, Pierrot, são lindos como um verso.  
Minh’alma é uma criança, e teus olhos um berço  
com cadências de vaga e, à luz do teu olhar,  
tenho ânsias de dormir, para poder sonhar!  
Olha-me assim, Pierrot... Os teus olhos dardejam!  
São dois lábios de luz que as pupilas me beijam...  
São dois lagos azuis à luz clara do luar...  
São dois raios de sol prestes a agonizar...  
Olha-me assim Pierrot... Goza a felicidade  
de poluir com esse olhar a minha mocidade  
aberta para ti como uma grande flor,  
meu amor...meu amor...meu amor... 

PIERROT: 
Meu amor! 

Colombina e Pierrot abraçam-se ternamente. Há, como  
um cicio de beijos, entre os canteiros dos lírios. 

                                                                              [...]


Biografia:
Paulo Menotti del Picchia nasceu em São Paulo, em 1892. Fez seus estudos secundários em Pouso Alegre, Minhas Gerais, onde aos 13 anos de idade, editou o jornalzinho "Mandu", nele inserindo suas primeiras produções literárias. Viveu em Itapira, cidade do interior paulista, e aí editou "Juca Mulato", sua obra de maior repercussão, que já teve dezenas de edições. É autor de romances, contos e crônicas, de novelas e ensaios, de peças de teatro, de estudos políticos e de obras da literatura infantil. 

A poesia da fase modernista de Menotti del Picchia é colorida e engenhosa, padecendo do excesso das imagens. Abusa dos elementos plásticos, dos efeitos pitorescos e verbais. Mas, como todos os seus defeitos, que decorrem da atitude polêmica assumida, fecundou de idéias o período histórico que viveu, e que ajudou a desenvolver, sacrificando até a realização de obra poética de maior ressonância que podia dar. 

segunda-feira, agosto 02, 2010

Ao Esquina

É um lugar curioso

Onde sempre sou feliz

Eu acho maravilhoso

Mas outros torcem o nariz


Lá eu dou muitas risadas

Sem falar na clientela

Quem vai ao Esquina Bar

Não sai segurando vela


Bebida sempre agradável

E a culinária exótica

Qualquer sinal sinuoso

É pura ilusão de ótica


Adoro dançar as músicas

Ao lado do meu irmão

Desafiamos olhares

Agitando a multidão


Lá eu sempre me aventuro

Encontro milhões de amores

Mesmo que depois eu sofra

Sempre acaba em flores


De fato eu não resisto

Adoro aquele lugar

É sempre uma maravilha

Voltar ao Esquina bar


P.S.: -Essa vai especialmente para o meu irmão de coração Inaldo Marques e para todos os adimiradores e freqüentadores do Esquina Bar... rsrsrsrs...