
Brindarei aos escombros do passado
Qual rastilho de pólvora e devaneio
Sobre os ombros de um anjo alquebrado
Meu cantar eu não sei se é de tristeza
Pouco a pouco perdi a identidade
Já não vejo futuro na beleza
Sequer lembro se tive mocidade
Mãos caquéticas buscam no silêncio
Um assombro qualquer de nostalgia
E em meu leito protesto inutilmente
Contra os golpes ardis da covardia
Já na porta a tramela entreaberta
Sinaliza algo como esquecimento
Pelas gotas do sol que se inicia
Carimbando a envelope do lamento
Lábio negro qual lótus encardida
Um tapete de abelhas pelo chão
Num trabalho de pura sinergia
Dão-me a prova cruel do seu ferrão
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