
Em frente ao espelho ele se olha
Os anos são poucos para tal idade
Como um Dorian em frente a um quadro
Perpetuando a falsa mocidade
Suas músicas frágeis melancólicas
Assim como seu frágil coração
Finge sempre ser duro e displicente
Pra ocultar sua real expressão
Ele deseja não estar ali
E partir pra um lugar que desconhece
Naufragar em seus próprios devaneios
Repetindo pra sempre esta prece
As suas asas são sempre amarradas
E os seus pés presos ao rubro chão
Tenta voar mas é sempre impedido
E pra correr não lhe dão a permissão
O pobre anjo diante do espelho
Entre a escolha de uma direção
Sequer cogita sobre o que merece
Um verde “sim” ou um vermelho “não”
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