sexta-feira, novembro 16, 2012

Sobre os instantes e suas lições



Era uma cena quase atemporal
Um velho filme na TV
Um vento frio que soprava
Por entre os vidros da janela
A bater...
Um murmúrio ventilado
Que me convidava a sair
Sair de encontro a vida
Sair de encontro a imensidão
E por entre a praça que se estendia
Repousavam as velhas árvores
Dançando ao balançar de seus galhos
No vento assobiante que teimava
A bater...
Jamais me esquecerei daquela noite
Dos barulhos vazios
Dos sentidos ocultos
O mundo é uma ilusão concreta
E entre os devaneios que surgem
Sombras, ruas, luzes, solidão
Percebo o quanto o tempo é impiedoso
Ele nos arrasta por entre suas tramas
Para extrair de nós os momentos
E nos iludir com os instantes
Como a areia que sopra
Construindo morros e formando desertos
Mas dentro de nós o coração persevera
A bater...


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