sexta-feira, setembro 24, 2010

Origens

Velhos muros da memória levantam-se

Em meio as terras ressequidas da mente

E os painéis de cores desbotadas surgem

Para contar as histórias dessa pobre gente


Um castelo de afrescos medievais escuros

Paira sorrateiramente por entre a luz do luar

Ditando causos dores pensamentos mortos

Deste povo que persistentemente está por cá


Cruzaram o oceano em tempo supersticioso

Para ditar mandar e certamente vir dominar

Com suas naus bravias e escudos gloriosos

Trazendo toda está boa herança velha e má


E eis que então aquele sangue sabor mouro

Realizou fusão com os legítimos proprietários

E as madonas sem roupa e com muitas penas

Entregaram-se em troca de uns poucos agrados


De repente veio o novo sangue das savanas

E eis que surge uma nova mistura de cor parda

Passaram-se os janeiros formaram-se as origens

Então estamos nós aqui formando esta cambada



P.S.: Uma palinha de um trecho do novo texto teatral que estou escrevendo para desenvolver com o PROARTE (Grupo de Teatro do Projovem Tuparetama).

quarta-feira, setembro 15, 2010

Hoje

Hoje é dia pra chorar

Hoje é dia pra gemer

Hoje é dia pra gritar

Hoje é dia pra esquecer


Hoje eu quero desviar

Hoje eu quero decompor

Hoje eu quero ser mais livre

Hoje eu quero um novo amor


Hoje eu vou cair na farra

Hoje eu vou pensar melhor

Hoje eu vou dizer adeus

Hoje eu vou ser bem maior


Hoje eu quero ter coragem

Hoje eu quero ver presença

Hoje eu quero rir de tudo

Hoje eu quero outra sentença


Hoje eu seguirei vencendo

Hoje eu nem te conheci

Hoje eu sinto que sou forte

Hoje eu sei que te esqueci

sexta-feira, setembro 10, 2010

Cúmplices?! Eis meu direito de resposta

A um amigo querido...
[ou ex amigo, ou suposto amigo...vai saber...]

Enlouquecidas? Talvez...
Sem caráter? Que ofensa!
Saber que assim você pensa
Me faz dizer de uma vez:
Bem maior insensatez
É ser refém e não fugir,
Ficar iludido e trair,
Achar normal a vingança,
E por conveniência fingir!

Fingir que está amando,
Fingir que está sendo amado,
Fingir que não está cansado
Fingir não estar acreditando
Fingir não estar se torturando
Fingir que está tudo bem
Fingir não poder viver sem...
Fingir que a burrice suporta
Fingir que consigo não importa
Fingir a relação que não tem!

Cúmplices?! Informação verdadeira!
Resulta da amizade,
De falar sempre a verdade,
De fazer de tudo uma brincadeira...
Às vezes um pouco sem eira,
Porém nunca para o mal,
nem qualquer coisa ilegal,
Tampouco separar casais,
Nem organizar bacanais,
Nem fazer coisa imoral.

Quisera eu estar manipulando informações!
Não haveria confusão, nem briga
Não haveria choro, nem intriga
Estarias feliz com teus grilhões...
E não fazendo suposições
Falsas, enganosas e injustas
Não sofrerias às minhas custas...
Porém não sou  eu que minto...
E que raiva hoje sinto,
Para não te dizer que me assustas!

Certo estás, em teu pensamento:
Não acredite em ninguém!
Quem mais vai querer seu bem
Além dela que é teu acalento?
Além do sexo a contento,
Quem mais quer te ver feliz
E dono de teu próprio nariz?
Todos em volta mentirão...
Uma só pessoa tem a razão!
Não te enganamos por um triz:

Amigos mentem, 
Família engana
Pessoas tem gana.
Inveja sentem...
Por mais que tentem
A verdade é relativa,
O coração cativa
A verdade é manipulável,
O amor inimputável,
Acredita em tua "Diva"...

quinta-feira, setembro 02, 2010

Pouca Vergonha

Indeciso confuso e enganado

É assim que estou vivendo agora

Eu queria apagar dessa memória

As lembranças que teimam em voltar

Mas se todo o meu mal é te amar

Eu aceito esse fardo consciente

Pois a dor de amor machuca agente

Mesmo assim nos deixamos machucar


Voluntariamente eu me entrego

A estas tuas vontades e caprichos

Que disfarçadamente não são vistos

De maneira que eu possa suportar

Já não sei quem de nós é mais imundo

Nessa pouca vergonha amorosa

Se é você que usa como quer

Se sou eu empregando vista grossa

quarta-feira, setembro 01, 2010

Aviso!

Não brinque comigo

Eu sou perigoso

Eu sou um anjinho

Anjinho seboso


Eu finjo ser tolo

Pra te dar mais asa

Enquanto aprontas

Tua batata assa


Sou como um cordeiro

Bonito e bonzinho

Mas se me provocas

Viro um diabinho


Frio e calculista

Assim vou agindo

Tramando o teu fim

Te olhando e sorrindo


Você nem imagina

Do que sou capaz

Pensas ser esperto

Mas sou muito mais